quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013
sexta-feira, 30 de novembro de 2012
Divulgando convite, recebido da Sra. Nilza de Paula. É sobre a construção do museu que abrigará 1.000 peças sacras, de coleção particular para o Instituto Cultural do Divino Espírito Santo, ao público.
MUSEU BOULIEU
CAMINHOS DA FÉ
A Prefeitura Municipal de Ouro Preto, a Arquidiocese de Mariana,
o Instituto Cultural Brasileiro do Divino Espírito Santo e a Agência de
Desenvolvimento Econômico e Social de Ouro Preto l ADOP
convidam para o lançamento da pedra fundamental do futuro
MUSEU BOULIEU | CAMINHOS DA FÉ.
Dia 30 de novembro de 2012, às 10:30 horas
Local: prédio anexo ao Paço da Misericórdia, antigo Asilo São Francisco de Paulo,
Rua Padre Rolim, Bairro São Cristóvão, Ouro Preto, Minas Gerais.
sábado, 3 de novembro de 2012
Fabrico elefantes
A poesia de Drummond em mim e a ilustração dos elefantes à partir das fotografias que fiz no zoológico de Belo Horizonte. Seletivamente venho utilizando algumas para realizar algumas idéias e inspirações. Estamos na semana do aniversário do poeta e essa veio de encontro a mim.
Fabrico um elefante
de meus poucos recursos.
Um tanto de madeira
de meus poucos recursos.
Um tanto de madeira
tirado a velhos moveis
talvez lhe dê apoio.
E o encho de algodão,
de paina, de doçura.
A cola vai fixar
suas orelhas pensas.
A tromba se enovela,
e é a parte mais feliz
de sua arquitetura.
Mas há também as presas,
dessa matéria pura
que não sei figurar.
Tão alva essa riqueza
a espojar-se nos circos
sem perda ou corrupção.
E há por fim os olhos,
onde se deposita
a parte do elefante
mais fluida e permanente,
alheia a toda fraude.
Eis meu pobre elefante
pronto para sair
à procura de amigos
num mundo enfastiado
que já não crê nos bichos
e duvida das coisas.
Ei-lo, massa imponente
e frágil, que se abana
e move lentamente
a pele costurada
onde há flores de pano
e nuvens, alusões
a um mundo mais poético
onde o amor reagrupa as formas naturais.
Vai o meu elefante
pela rua povoada,
mas não o querem ver
nem mesmo para rir
da cauda que ameaça
deixá-lo ir sozinho.
É todo graça, embora
as pernas não ajudem
e seu ventre balofo
se arrisque a desabar
ao mais leve empurrão.
Mostra com elegância
sua mínima vida,
e não há na cidade
alma que se disponha
a recolher em si
desse corpo sensível
a fugitiva imagem,
o passo desastrado
mas faminto e tocante.
Mas faminto de seres
e situações patéticas,
de encontros ao luar
no mais profundo oceano,
sob a raiz das árvores
ou no seio das conchas,
de luzes que não cegam
e brilham através
dos troncos mais espessos.
Esse passo que vai
sem esmagar as plantas
no campo de batalha,
à procura de sítios,
segredos, episódios
não contados em livro,
de que apenas o vento,
as folhas, a formiga
reconhecem o talhe,
mas que os homens ignoram,
pois só ousam mostrar-se
sob a paz das cortinas
à pálpebra cerrada.
E já tarde da noite
volta meu elefante,
mas volta fatigado,
e as patas vacilantes
se desmancham no pó.
Ele não encontrou
o de que carecia,
o de que carecemos,
eu e meu elefante,
em que amo disfarçar-me.
Exausto de pesquisa,
segunda-feira, 17 de setembro de 2012
domingo, 24 de junho de 2012
segunda-feira, 11 de junho de 2012
Dia de aniversário
Não sejamos demasiadamente fúteis nem medrosos, porque a vida tem que ser sorvida não como uma taça que se esvazia, mas que se renova a cada gole de bebida. Enquanto houver lucidez é possível olhar em torno e dentro de nós: (...). Refletir é transgredir a ordem do superficial. Lya Luft
quarta-feira, 6 de junho de 2012
domingo, 3 de junho de 2012
Canção na Plenitude
Não tenho mais os olhos de menina
nem corpo adolescente, e a pele
translúcida há muito se manchou.
Há rugas onde havia sedas, sou uma estrutura
agrandada pelos anos e o peso dos fardos
bons ou ruins.
(Carreguei muitos com gosto e alguns com rebeldia.)
O que te posso dar é mais que tudo
o que perdi: dou-te os meus ganhos.
A maturidade que consegue rir
quando em outros tempos choraria,
busca te agradar
quando antigamente quereria
apenas ser amada.
Posso dar-te muito mais do que beleza
e juventude agora: esses dourados anos
me ensinaram a amar melhor, com mais paciência
e não menos ardor, a entender-te
se precisas, a aguardar-te quando vais,
a dar-te regaço de amante e colo de amiga,
e sobretudo força — que vem do aprendizado.
Isso posso te dar: um mar antigo e confiável
cujas marés — mesmo se fogem — retornam,
cujas correntes ocultas não levam destroços
mas o sonho interminável das sereias.
O texto acima foi extraído do livro "Secreta Mirada", Editora Mandarim - São Paulo, 1997, pág. 151.
Lya Luft
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